Há pessoas que não conhecemos cedo na vida, mas quando as encontramos, estabelecemos imediatamente uma intensa e fecunda afeição. Foi este o caso dos Santanenses.
Cheguei a Santana num dia chuvoso e escuro. O desafio parecia grande. Iniciar um percurso sozinha, numa terra onde o Atlântico impunha limites e encanto. Era o início de uma caminhada, que haveria de durar treze belos anos.
Imersa no sentimento de recordações, relembro que assumi, prontamente, o papel de professora de História, numa escola reconhecida como referência local, pela inovação e qualidade do serviço educativo, capaz de preparar os seus alunos para os desafios da sociedade. Orgulho-me de ter feito parte de uma instituição de ensino caracterizada pela excelência do trabalho escolar, pelo rigor, pela qualidade do seu ambiente interno, pela diversidade e qualidade das atividades e projetos, pela capacidade de mobilização e envolvimento da comunidade educativa. Uma escola desafiadora, motivadora, empreendedora e integradora. Consciente desta realidade, procurei participar ativamente neste cenário integrando-me, facilmente, num meio ao qual passei a fazer parte.
Foi um ciclo vivo, onde descobri pessoas cheias de garra, determinação, espírito de entreajuda e uma força de vida incalculável. Recordo com imenso carinho a forma calorosa com que fui acolhida, por gentes simples, que sabem melhor que ninguém o verdadeiro significado da palavra amizade.
Tenho plena consciência de que a minha trajetória profissional, enquanto docente, foi sendo construída pelas marcas daqueles que por ela passaram, pelas oportunidades oferecidas, para superar os desafios, o que possibilitou um amadurecimento do meu próprio percurso.
Parabéns, Escola de Santana, que és e foste a casa de tantos, a ponte que ajuda e ajudou a catapultar tantos sonhos e projetos de vida!
Obrigada pelos ensinamentos, pelas oportunidades, pela confiança, pelos amigos que me deste, pela possibilidade de conhecer pessoas inspiradoras e incríveis! Muito do que sei da minha profissão, a ti te devo.
Foi um período mágico, onde a vida profissional se fundiu na vida pessoal e permitiu a criação de memórias afetivas, cheias de significado, que irão perdurar por toda a minha existência.
As memórias fixam-se no sossego, nas paisagens de cortar a respiração, no som das águas das levadas, nos trilhos únicos, na verdura da floresta e no enquadramento do mar.
Estou contente por ter vivido o que vivi, entender o que sei hoje e por ter tido a companhia de quem tive, numa fase substancial do meu caminho.
Hoje percebo melhor que ninguém o verdadeiro significado da expressão: “Madeira – A pérola do Atlântico”.
A todos aqueles com quem tive o privilégio de conviver, guardo-os no coração e envio um abraço caloroso. Até breve…
Sejam felizes!