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Sandra Patricio

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Testemunho

Nasci no Funchal, a 18 de março de 1981, cresci e estudei a maior parte da minha vida em Santana. Iniciei os meus estudos na Escola Primária da Silveira, em 1988, depois estudei na Escola B+S Bispo Dom Manuel Ferreira Cabral, desde o 5.º ano até ao 12.º ano.

Entretanto, entrei na Universidade do Açores para estudar Biotecnologia. No final do segundo ano de curso, mudei para Ciências de Nutrição, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação do Porto (FCNAUP), onde me formei como Nutricionista. Fiz o meu estágio no Centro de Saúde de Machico e acabei por ficar colocada, depois de acabar a licenciatura, no Centro de Saúde de Santana como Nutricionista.

Em 2011, mudei-me para o Reino Unido, onde resido de momento. Aqui fiz a aplicação para ter o meu pin para poder exercer a profissão de Nutricionista e também concorri à Ordem dos Nutricionistas. Sair do país onde nascemos não é fácil para ninguém, mas a busca por novas oportunidades, por vezes, leva a que tenha de ser.

No Reino Unido, eu nunca consegui trabalhar como Nutricionista, que era a minha área de formação, no entanto, isso não me impediu de procurar outra área, onde pudesse usar as competências, que adquiri durante o meu percurso académico. Aqui comecei por trabalhar na área da restauração, entretanto passei a trabalhar para uma companhia chamada Barchester Healthcare, onde era gerente de Serviços de Hospitalidade, de uma Região onde dava apoio a 42 lares de idosos.

Anos depois, entre outra formação, fiz também um Mestrado em Gestão e Liderança, pela Universidade de Revans, em parceria com a Universidade de Oxford, entre 2013 e 2015.

Após o Mestrado, foi-me proposto trabalhar na área de Marketing em lares de idosos. Eu fiz formação e assumi então a posição de Gerente Comercial de um lar de idosos, para uma companhia chamada Hallmark Care Homes. Nesta função, assumi a responsabilidade comercial e hospitalidade do lar.

Depois, decidi trabalhar só numa área e fazer a parte comercial, passando a ser gerente de Marketing e Apoio ao Cliente de um lar de idosos, onde, entre outras coisas, acabei por gerir a abertura de um novo lar com 50 quartos. Esta é a posição que ainda hoje em dia exerço, mas agora num lar com 55 quartos.

Quando iniciei o 5.º ano, na Escola B+S Bispo Dom Manuel Ferreira Cabral, a escola ainda não oferecia o ensino secundário, ou seja, o quarto pavilhão não existia. Entretanto, nesses primeiros cinco anos, entre o 5.º e o 9.º ano, tenho várias memórias e criei relações com várias pessoas, desde colegas, professores e funcionários, que marcaram a minha passagem pelo liceu, como por exemplo o Sr. Padre Isidro, que era o Diretor da escola nessa altura.

Quando o quarto pavilhão foi construído, e a escola passou a oferecer o ensino secundário, eu nem pensei duas vezes em ficar por Santana e foi a melhor coisa que fiz. Nós tínhamos professores fantásticos, que nos ajudaram a descobrir e revelar o melhor de nós, que nos encorajavam a participar em várias atividades, para desenvolvermos as nossas habilidades e competências, para que nos pudéssemos tornar excelentes profissionais, no futuro. Ajudaram-nos e ensinaram-nos a sermos membros de uma sociedade.

No liceu, fiz parte de vários grupos, como por exemplo o grupo de teatro, a rádio escolar e a associação de estudantes. Fiz visitas de estudo, dentro e fora da Madeira, treinei basquetebol, com o Dr. Jaime, na altura médico do Centro de Saúde de Santana, que treinava a equipa e que, anos depois, estava a trabalhar no Centro de Saúde de Machico, quando fiz o meu estágio, e por isso passámos a ser colegas.

Entretanto, a escola fez sempre questão que estivéssemos envolvidas na cultura municipal, porque nos ajudava a desenvolver as nossas capacidades sociais. Eu fiz parte do grupo de jovens da igreja de Santana, onde fizemos várias peças de teatro e, durante muitos anos, fiz parte do Grupo Folclórico de Santana.

Foram todas estas experiências, e todas as pessoas que passaram na minha vida, que me ajudaram a ser a profissional que hoje sou. Uma coisa muito importante, que me foi incutida na escola, desde muito cedo, é que é importante continuar a estudar e a desenvolver as nossas competências e a adquirir outras durante a nossa vida. É preciso manter uma mente aberta e aceitar os desafios que a vida nos traz, de cabeça erguida. Por fim, as bases que nos são passadas, pelos diversos profissionais e colegas, que conhecemos durante o nosso percurso escolar, ajudam-nos a ver o mundo com outros olhos.